segunda-feira, 25 de julho de 2011

Conversas de metrô

Entre a leitura de um livro, o barulho do metrô nos trilhos e alguns cochichos, foi possível ouvir algumas partes de uma conversa entre duas moças; uma loira e uma mulata.
A mulata contava a amiga sobre sua última decepção amorosa e o quanto naquele momento ela estava magoada com o farsante, seu último namorado que após três anos de namoro e alguns planos futuros, se enrabichou por uma 'menina', 8 anos mais nova que ela (que aparentava ter seus 30), terminou o namoro afirmando não ter nada haver com outra mulher, mas assumiu publicamente o novo relacionamento 10 dias depois do término. Engraçado como me identifiquei com a história. Mas o mais engraçado é como eu lido hoje com isso. Na verdade é como eu espero que aquela moça tão bonita sinta-se daqui uns 6 meses. O que aconteceu comigo  naquele ano (2009) me fez sofrer de forma desesperadora. Questionei a Deus porque aquilo estava acontecendo comigo. Entre uma conversa e outra, entre releituras de mensagens antigas, vendo fotos que me pertubavam, pude juntar provas suficientes de que aquilo (a traição) estava acontecendo há muito tempo e só eu (cega de amor) não enxergava. Foram muitos avisos, mas eu não compreendia. Então agora, amando, bem resolvida e amada como estou, pude perceber que dentro daquela relação eu não fui a trouxa. Fui fiel, amei e me dediquei como pude. Aconteceu porque o fraco era ele, que não soube levar uma relação a sério e preferiu ficar com uma 'menina' sem graça e bobinha, do que continuar comigo. E o que eu sinceramente sinto é dó. Foram 6 meses de muita peleja, pra perceber que Deus preparou pra mim algo muito melhor, tanto afetiva quanto materialmente. Foram 5 meses sofrendo e 1 mês pra esquecer completamento o outro. Foi 1 mês para que uma pessoa superasse todas as minhas expectativas. Hoje tenho um companheiro que coloca no chinelo, todos aqueles que de alguma forma me fizeram sofrer, e de certa forma, o último antes do atual, fica abaixo da sola do chinelo em todos os quesitos. Foi nisso que fiquei pensando enquanto entre uma virada de página e a parada de uma estação, a moça contava sua 'trágica' tristeza para a amiga. Pensei em dizer pra ela não se preocupar. Pensei em contar tudo que também aconteceu comigo só pra dar uma animada nela. Pensei em várias coisas e depois despreocupei-me. Daqui um tempo, ao ouvir falar o nome dele, seu coração não vai bater forte, não haverá necessidade dela 'fuçar' a vida do casal na internet, ela vai se lembrar vagamente com indiferença daquele que um dia ela amou e lhe fez mal, e melhor, ela vai encontrar um amor que a ame e seja respeitoso. Afinal, Deus sempre reserva algo de melhor pra gente.


Adriane Assis

Um comentário:

Vinicius disse...

Ao lê-la lembrei-me da "vida como ela é" do Nelson Rodrigues; é um assunto que é interessante e sério.

Abraço.