segunda-feira, 26 de abril de 2010

Teste de consciência

O que ele (a) te causa?

[ ] Frio na barriga
[ ] Desejo
[ ] Saudade
[ ] Vontade de deitar junto
[ ] Vontade de gritar o quanto sou feliz com ele (a)
[ ] Falta de paciência
[ ] É só uma boa companhia

Se você marcou (mentalmente) as 5 primeiras alternativas:

Por que está ai parada (o) ao invés de assumir literalmente essa relação?
[ ]
Medo
[ ] Gosto de outro (a)
[ ] Me sinto insegura (o)
[ ] Não gosto o suficiente
[ ] Relacionamento amoroso descompromissado (só existe carinho)
[ ] Não quero que ninguém fique sabendo
[ ] Já disse que ele (a) é só uma boa companhia

Resposta: O teste é simples. Se você ainda parou pra pensar nas respostas da segunda questão é porque existe ai no seu coraçãozinho, algo que impede de assumir seu amor. Se é que existe amor. A gente assume a pessoa quando gosta. Não importa quem vai saber, se o (a) ex vai brigar, se seus pais vão reclamar, se seus amigos são contra ou se seus irmãos o (a) odeiam. Ou você está apaixonado, ou não está. No amor não existe meio termo. O amor não é discreto. O amor requer propaganda. Quando se está feliz a gente quer contar o motivo da felicidade. Não confunda boa companhia com amor. Não confunda amizade com amor. Não confunda tesão com amor. Não confunda sede de vingança com amor. O amor é mais e melhor que isso.

Assuma.
Adriane Assis

Acabou, boa sorte!

Bip.
Ele pega o telefone.
Mensagem: [tenho um convite pra te fazer. É convite, não tem como recusar.]
Bip.
Ela pega o telefone.
Mensagem: [Também tenho uma coisa pra te falar. Me encontre as 10:00 naquela mesma praça.]
10:00 hs.
Ela: _Eeeei! Saudade de você! O convite é sobre você ir comigo a um show. Mas me fala o que você queria contar.
Ele: _Não te quero mais.
Adriane Assis

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pequeno toque de vingança

Como sempre tudo começa no metrô. Desta vez foi a caminho do metrô. Não, nada de conquistas ou flertes. Posso chamar de uma disputa. Uma disputa e uma vingança; talvez. Senti que foi isso.
Primeiro ele escolheu a mesma roleta que eu, por algum instante demonstrei que ia passar meu cartão. Tudo bem, relevei.
Depois, em um anti – cavalheirismo, um único banco de ferro disponível na estação. Passei pela esquerda; ele pela direita. Senti que correu pra me ultrapassar e alcançar aquele banco almejado por mim. Sentou-se e ainda olhou com ar de: Consegui! Ódio.
Dei de ombros e virei as costas, como quem nem tinha ligado pro acontecido. O metrô chegou. Ao abrir as portas notei que ele havia entrado no mesmo vagão que eu. Vários lugares para sentar devido o destino que tomava. Como um sinal de pirraça, ele escolheu o banco ao meu lado.
Perguntei mentalmente: _Afinal, o que esse idiota quer?
Ao levantar para sair do vagão e seguir meu destino, percebi que o desconhecido fez o mesmo.
Com a paciência no limite e os olhos ardendo por vingança, lancei um olhar furioso e vermelho. _Ah! Ele não sabe com quem está mexendo!
Ele percebeu. Mesmo assim foi copiando meu caminho até a rampa...
Desci, esperei que ele tomasse a frente. Ao chegar nas escadas ele caiu. Olhou pra mim meio que pedindo socorro. Sorri maliciosamente.
Passei por ele.
Não ajudei.
Eu disse que ele não sabia com quem estava mexendo...
Adriane Assis

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Só morangos

Todos os dias a caminho do trabalho ela passava pela quitanda da esquina, apreciava as frutas e escolhia qual ia levar. Tantas opções que, comprava um tipo por dia. Ás vezes levava pra comer no lanche, ás vezes guardava para fazer uma vitamina.
Estava enjoada de todas disponíveis; os gostos e as misturas já não agradavam tanto. Que tal algo novo? Resolveu comprar um pouco de cada. Nem escolheu, confiou apenas no gosto do Sr. Luís Nogueira, dono da quitanda que lhe oferecia as mais apetitosas.
Fez uma salada de frutas; ainda assim estava insatisfeita.
Um belo dia, mudou o caminho do trabalho e mudou também o cardápio. Resolveu experimentar pães, barrinhas de ceral, queijo, bombocados e vários quitutes... em vão.
Aff! Quando seu paladar ficaria realmente satisfeito? Faltava algo para dar mais sabor ao seu dia... Uma fruta com gosto de carinho, talvez.
Depois do trabalho, voltou á quitanda do Sr. Nogueira como se tivesse sido puxada por um imã. Dessa vez reparou em uma fruta pequena. Aquela fruta curiosa. Era vermelho tímido, cravejada de pintinhas verde musgo, com folhinhas verdes que pareciam um chapeuzinho...
Daquela nunca ouviu falar, aliás, já sim; na plaquinha da quitanda dizia "Morangos". Porém seu paladar não tinha experimentado. Tinha antipatia de frutas pequenas.
Ficou curiosa, cheirou uma caixa... simpatizou-se com o cheiro inebriante que invadiu seu pulmão. Comprou duas caixas.
Ao chegar em casa, tomou banho, vestiu um pijama confortável; foi até a cozinha, lavou bem aquelas frutinhas que a encantaram visivelmente. Juntou com leite, bateu por alguns segundos no liquidificador, adoçou com leite condesado.
Pronto!
Dirigiu-se a sua aconchegante sala de TV. Sentou no Puff cor de limão. Virou o copo transparente lentamente, e aquele líquido rosa claro escorregou deliciosamente para dentro de sua boca. Misturou-se com sua língua...
Ela fechou os olhos como tivesse sentindo um prazer quase que sexual. Alguns copos depois, sorriu e adormeceu; feliz. Nem quis escovar os dentes para não perder o gosto bom que ficou tatuado em sua saliva.
Aqueles morangos então foram responsáveis por acordar o paladar e a vida que ela tanto almejava. E no seu cesto de frutas todo dia tem morangos.

Só morangos.
Adriane Assis