sexta-feira, 28 de maio de 2010

De ver estrela cadente...


_Olha! Você viu?
_Vi sim.
_Fez o pedido?
_Hum... não.
_Ora! Por que não fizeste o pedido?
_Porque já tenho o que quero.
... (beijo).
_Você!





Adriane Assis

No potinho...


Vou te guardar no potinho porque...




Você me faz rir.
Você é o meu arco-íris depois da chuva e o meu Lobo mau da história da Chapeuzinho.
Você é Atleticano e eu te sacudiria toda vez que falasse mal do meu time.
Você tem um cheiro inebriante e delicioso... de tão agradável me faz pensar loucuras toda vez que o sinto.
Você tem aquela voz meio rouca, gostosa de escutar...
Você é o que eu preciso...
Você é só meu e não quero que seja de mais ninguém.
Você tem o abraço que eu preciso sentir sempre.
Você é o namorado mais lindo do mundo.
Você me faz feliz.


Enfim, se estivesse dentro do potinho...


Adriane Assis

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quero ficar no seu corpo feito tatuagem...

Deitados em uma cama, num domingo preguiçoso...
Ela diz:
_Quero fazer uma nova tatuagem.
Ele:
_Vc já me falou isso. Só não sabe o desenho né?!...
Ela:
_Agora eu sei. Quero fazer uma bonequinha que desenhei segurando uma estrela...
Ele:
_Hum... Por que não faz um morango segurando uma estrela?
Ela:
_Melhor não. Depois vou lembrar de você pro resto da vida.
Ele:
_Ah! Mas essa é a intenção. Lembrar pra sempre!
Ela:
_Prefiro te guardar num potinho.
Adriane Assis

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Conversa com Deus

Ouça. Eu cheguei a questionar as suas decisões várias vezes. Questionamentos que sempre acontecem toda vez que perco um amor. No último fui abandonada, literalmente. Pensei em me jogar daquela passarela perguntando por que você deixou que ele terminasse comigo. Descobri muitas mentiras e por isso passei dias chorando. Novamente quis saber se era castigo, fiquei tentando entender onde eu tinha errado, e se já não tinha quitado todas as minhas dívidas de burradas que fiz no passado.
Procurei e encontrei mais mentiras e hipocrisias de alguém que só pensou em si; e não considerou nada do que lhe foi concedido no tempo que passou comigo. Um alguém frio e sem caráter, do qual hoje sinto apenas pena.
Hoje, depois de 5 meses, agora totalmente recuperada e com o coração cicatrizado; entendo perfeitamente o que o Senhor quis mostrar quando me segurou pra não cometer uma loucura. Entendi por que passei noites chorando e sentindo raiva de duas pessoas que só me traziam tristeza.
Sei que aconteceu por que preparava algo melhor. E compreendo mais ainda quando dizem: 'Deus fecha uma porta mas deixa aberta a janela.'
Minha porta sequer foi fechada; estava apenas encostada e a janela escancarada.
Percebi que não errei em nenhum momento. E que fui sincera sempre. Não havia motivos para tristeza, sendo que estava ciente dos meus atos. É que não era pra ser mesmo...
Escrevo essas linhas apenas para agradecer-lhe por ter me trazido novos amigos, novas companhias, novas alegrias, paixões... para enfim conhecer um novo amor.
Esse amor que hoje me deixa extremamente feliz e com esperança renovada.
Obrigada por sempre incluir coisas boas em minha vida. Obrigada por retirar as que não prestam ou não me servem. Obrigada por me fazer acreditar no amor.
Não sei se vai ser pra sempre. Aliás, aprendi muito durante esses 5 meses. Aprendi que não devo confiar tanto no destino. Ele nos prega peças. Sei que pode acontecer de novo. Apesar de desejar que não aconteça. E se acontecer, sei que vai passar. É só um teste. E eu estou preparada.
Obrigada!
Adriane Assis

P.S: Adriane Star escreveu esse agradecimento escutando 'Elephant Gun - Beirut'. Caso queira sentir a mesma sensação que ela, leia o texto escutando a música recomendada.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lembranças daquela mulher...


Não passava um dia sequer sem recordar algum momento vivido com ela. Sim, era uma mulher linda. A pele do seu corpo era macia e exalava um cheiro absurdamente sedutor. O cabelo encaracolado e escuro como noite de chuva o enlouquecia. Ficava excitado só de imaginar uma de suas mãos enroscada naqueles fios; enquanto a outra em sua fina cintura direcionava-a em sentido ao seu corpo. No pensamento escutava os estalos de quando ele a batia. Ela gostava de apanhar. Transformava-se em uma vadia quando estavam entre quatro paredes.
Aaah, e os dedos? Ela chupava os dedos dele. Não somente os dedos. Chupava outras coisas também. Sabia fazer ‘aquilo’ como ninguém. Ele sentia falta. Das que apareceram depois, nenhuma outra foi capaz de tanta habilidade e eficiência. Aquela mulher não tinha medo. Não tinha nojo.
E o sorriso dela?! Branco e quadrado. Os dentes pareciam ter sido esculpidos a gesso, com algumas falhas, feitas por um aprendiz. Aquele sorriso não costumava se abrir para tudo, mas reluzia felicidade quando ele dizia amá-la.

Foi ele quem terminou a relação. Não existia arrependimento. Estava acomodado ao destino que ele mesmo traçou. Teve medo de se entregar. Ele a deixou porque quis. Se encantou por outra. Preferiu uma ninfeta a ficar com ela. Era quase que a mesma imagem da mulher; alguns anos mais nova e alguma paciência e carinho a mais.
A mulher era marcada por experiências sofridas. A ninfeta era viva. Alegre. A mulher se dedicava. A ninfeta era companheira. A mulher se preocupava. A ninfeta o fazia gargalhar. A mulher ele amava. A ninfeta ele aturava.
Ficou muito tempo preso a imagem da ninfeta. Já a mulher que por muito tempo sofreu, reergueu – se e está mais bela do que nunca. Arrumou um outro rapaz. Quisto que só. Um jovem que a faz sorrir a cada minuto.
Ele sente inveja do rapaz e se morde de ciúme toda vez que lembra que agora ela é de outro. Tem vontade de matá-lo só de imaginar a boca dele roçando os lábios dela.
E então, sozinho e em silêncio, ele senta-se a frente de uma janela clara, e todos os dias à noite procura vestígios... daquela mulher.
Adriane Assis

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Feitiçaria


Entrou no ônibus. Sentou-se no banco ao lado do trocador...
Muitos outros bancos vazios. Podia ter escolhido qualquer outro lugar.
Ela estava de saia. Abriu as pernas vagarosamente.
Procurou chamar atenção daquele que se concentrava em contar as moedinhas do caixa...
Ele olhou de 'rabo de olho'...
Pronto. Foi enfeitiçado.

Ela estava sem calcinha. (...)
Adriane Assis

terça-feira, 4 de maio de 2010

"O trabalho é, o pai do prazer."


Tudo começou assim...
(...) então ele tirou a sua blusa. Beijou e mordeu com ardor os seios daquela moça. De tão pequenos cabiam na palma de sua mão. Ele não se importou; era prazeroso sentir que eles recheavam também a sua boca. Apertou firme a cintura dela. Dedilhou. Seu nariz percorreu por todos os contornos que aquele corpo moreno apresentava. O cheiro era delicioso e inebriante. A sua língua quente a fazia arrepiar... e seus pêlos pareciam um capinzal a levantar com o vento.
Com leveza ela arranhava sua barriga e respirava profundamente em seu ouvido. Pareciam uma pessoa só. (...)
Naquele movimento de vai e vem os olhos dele apreciavam a beleza dela. Não podia imaginar uma mulher com traços tão bonitos e personalidade tão forte. Ele não a conhecia direito, mas pelo olhar e gestos percebia que ela era assim.
O corpo dele esquentou. Suas pernas estremeceram. Ela olhava com sagacidade. Era um prazer ver aquele rapaz delirando. Levantou. Sorriu maliciosa e ironicamente.
Dirigiu –se até a penteadeira. Pegou um cigarro ainda o observando. Ele demonstrava cansaço e felicidade infortúnia.
_São 300,00 reais. Ela disse.
Jogou as roupas sobre o rapaz, que se vestiu, pagou e saiu.
Ela gritou:
_Próximo!
E...
Tudo começou assim...
Adriane Assis


(Título da crônica é uma frase abreviada de Voltaire:
"O trabalho é, na maioria da vezes, o pai do prazer.")