quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Um conto (quase) erótico

Hoje é sexta.

Eu quero sexo selvagem. Faz um tempo que Paola (minha namorada) não se dedica tanto quando o assunto é esse. Ela nem faz coisas eróticas e excitantes. Quero experimentar algo novo. Um corpo carnudo, com formas. Paola é uma linda morena "minguadinha", cabelo castanho, todo cacheado. Parece uma menina de 12 anos. Usa calcinha de algodão o tempo todo. E os sutiãs dela nem me chamam atenção. Fala como criança. Escreve como uma adolescente apaixonada. Tem dias que me sinto um pedófilo. Gosto dela, mas poderia gostar mais; se ela se dedicasse, é claro. Mas especialmente hoje eu quero uma mulher. Quero carne. Quero suor. Quero gritos e gemidos. Quero falar palavrão.
Acabei de dizer que vou dormir mais cedo. Paola não parece ter ficado furiosa, afinal, faz três semanas que não nos vemos nos dias de sexta, e eu preciso 'comer' algo diferente. Disse a ela que é melhor encontrar suas amigas. Se não estivesse com tanta vontade de uma f*da diferente, nunca diria isso. Não gosto muito das amigas dela.
Marquei com dois amigos. Vamos pra mais nova boate da cidade. Um deles tem conhecimento do lugar. Até transou com uma das dançarinas mascaradas. Me contou que lá não trabalha qualquer uma. Segundo ele, as meninas são de primeira qualidade e o sexo também. O que me chamou atenção para o lugar é que o sexo não é pago. As garotas não transam com qualquer um. Toda sexta cada uma delas escolhe um cliente. Espero ser o escolhido, senão parto pra outro lugar. Sexo pago.
Rafael e Cleiton chegaram. Entro no carro. Estamos animados, imaginando como será a noite. Talvez role um sexo grupal. Claro, sem envolvimento gay. Não gosto de homem. Nem tenho vontade. Vamos apenas trocar as garotas. Se elas aceitarem.
Chegamos. O lugar é bem discreto. Nem parece uma boate. Do lado de fora eu vejo uma parede branca e uma porta de ferro pintada de preto. Um tapete cinza na porta. Nenhuma placa.
Somos recebidos por dois homens de terno. Um deles entrega o cartão de acesso. Entramos na boate.
Um corredor escuro com uma luz no final. Estou vendo uma cortina vermelha.
Entramos em uma sala com acrílico preto na parede. Luz baixa e três caixas. Três mulheres lindas e um homem. Deve ser o segurança.
Passamos por uma porta de metal. É um detector. Nosso pertences são lacrados e colocados em pequenos compartimentos de uma parede. Só fico com o cartões de crédito e de acesso no bolso.
Abre-se outra cortina. O lugar é imenso. Muitas mulheres lindas. Realmente meu amigo estava certo. Rafael neste momento conversa com uma linda loira de olhos azuis. Ele sorri cretinamente e nos chama. O nome dela é Raquel. Não trabalha aqui. Foi prestigiar a namorada. Uma das dançarinas da noite. Noto que Cleiton conversa com um segurança.
Cleiton conseguiu um 'pub' na área VIP. Fica do lado direito à frente do palco. Um dos shows está prestes a começar. Raquel senta-se conosco. Ela é hilária. Muito simpática.
Algumas mulheres dançam. A namorada de Raquel é boa profissional. Me chamou atenção, pena ser lésbica. Mas isso não importa; seria bem interessante ter duas mulheres.
As dançarinas provocam. E não pedem dinheiro.
A luz apaga-se subtamente. O palco brilha com uma mistura de luzes azuis.
Entra uma bela morena mascarada. Raquel acaba de dizer que é a atração da noite. Ela caminha até aquilo que hoje chamam de Póle Dance.
A morena dança sensualmente e todos a olham como se fosse a última mulher do mundo.
Me sinto atraído e percebo que aqueles traços são comuns aos meus olhos. Mas deixo pra lá.
Todos, homens e mulheres extremamente excitados. Incrível.
Então ela escolhe Rafael. Não sei como ela pode tê-lo escolhido. Acredito que de onde ela está não dá pra ver quase nada. E me acho mais pinta que ele.
Meu amigo sobe ao palco, troca algumas carícias com a morena. Ela cochicha alguma coisa em seu ouvido.
_Que inveja! grito com a intenção de um sussurro. Raquel conta que a morena se chama Janaína.
Rafael desce empolgado e diz que ela o convidou para um box particular. Cara de sorte!
Ao fim da apresentação, Rafael demonstra ansiedade, parece que nunca transou com uma mulher como aquela. Fui escolhido por duas garotas, são namoradas. Acho que tive sorte.
Aviso meus companheiros que estarei no box 03. É, nessa boate as pessoas transam em boxes.
Depois do aviso, percebo que Rafael se distancia e some em um corredor.
Ainda estava nas preliminares com as garotas quando Rafael entra no box com cara de assustado.
Pergunto o que aconteceu e ele me convida para ir até seu box ver com meus próprios olhos.
Ando devagar e no meio do caminho meus pensamentos se embaralham em perguntas.
_ Será que Rafael brochou? Ou... Não acredito que essa mulher é um homem! Velho, o que pode ter acontecido pra esse cara não estar lá fod*ndo essa mulher?!
Abro a cortina! Janaína dança sozinha. Me aproximo e ela me chama com as mãos...
Ela está nua. Me sinto muito mais excitado do que com as duas garotas. O cheiro dela inebria o ambiente...
Ela acha que sou Rafael e pergunta por que saí...
A voz me assusta...
_Não é possível! penso.
Um feiche de luz cai sobre seu rosto.
Em um instante ficamos os dois com cara de assustado. Me sinto traído.
Janaína na verdade é Paola, minha namorada sem graça.

Adriane Assis

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