domingo, 16 de janeiro de 2011

Carta ao Leandro - encostando na parede


Belo Horizonte, 21 de março de 2005.

20:03hs
Queria te pedir desculpas pelo que falei hoje. É mais fácil assemelhar pessoas aos defeitos...
Qualidades são volúveis... se você sente raiva, aquela pessoa não presta. Se você tem vontade de sumir, a culpa é de quem falou algo que não gostamos de ouvir.
Tá, chega de ladainha e vamos direto ao assunto. Percebi que a grossa da história fui eu. Fiquei mal; aliás, "EXTREMAMENTE" chateada com a situação. Sei que extrapolei 'um pouquinho', mas saiba que também me sinto 'a pior pessoa do mundo' quando de maneira sutil, sem que você perceba, me magoa com comentários inúteis e fora de hora. Não tô me fazendo de vítima, nem sendo 'dramática' como você mesmo diz; mas gostaria muito que pensasse no meu lado.
É triste tentar ser perfeita o tempo todo. Ficar linda o tempo inteiro, tentar ser inteligente o tempo inteiro, tentar não ser estressada, ser gente boa com pessoas das quais eu sei que não gostam de mim. Ser companheira o tempo todo. É difícil tentar te agradar.
Pior ainda é tentar fazer você me levar a sério.
Você é grosso, ridículo, meio estúpido e tosco, mas eu gosto de você. Sou apaixonada por você. E você não me dá valor. Não sei se já te disse isso, mas é péssimo ser apresentada como "sua amiga". Eu não gosto disso. Você tem essa péssima mania...Faz isso sempre.
Tenho medo de te perder, mas muito mais que isso, tenho amor próprio.
Na verdade, o que eu quero, é colocar um nome nesse até então 'relacionamento' que ás vezes me faz muito bem e outras, muito mal.
Pode ser que a gente complete 8 meses depois de amanhã. Por isso, me peça pra namorar, POXA!
Ou então, fique sozinho.

Beijos, beijos, beijos.
Adriane.

***
Essa carta foi escrita quando eu ficava com um garoto chamado Leandro.
Tirei do meu envelope de cartas que escrevi mas nunca enviei.
Essa história rendeu muitas coisas boas e também ruins (para ambos os lados).
Depois que escrevi a carta, eu não o coloquei na parede pessoalmente, muito menos brigamos. Nem comentei que a carta existia. E pra quem quer saber, quem pediu em namoro fui eu. Mas como isso aconteceu, fica pra próxima história.
***

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