Não passava um dia sequer sem recordar algum momento vivido com ela. Sim, era uma mulher linda. A pele do seu corpo era macia e exalava um cheiro absurdamente sedutor. O cabelo encaracolado e escuro como noite de chuva o enlouquecia. Ficava excitado só de imaginar uma de suas mãos enroscada naqueles fios; enquanto a outra em sua fina cintura direcionava-a em sentido ao seu corpo. No pensamento escutava os estalos de quando ele a batia. Ela gostava de apanhar. Transformava-se em uma vadia quando estavam entre quatro paredes.
A mulher era marcada por experiências sofridas. A ninfeta era viva. Alegre. A mulher se dedicava. A ninfeta era companheira. A mulher se preocupava. A ninfeta o fazia gargalhar. A mulher ele amava. A ninfeta ele aturava.
Ficou muito tempo preso a imagem da ninfeta. Já a mulher que por muito tempo sofreu, reergueu – se e está mais bela do que nunca. Arrumou um outro rapaz. Quisto que só. Um jovem que a faz sorrir a cada minuto.
Ele sente inveja do rapaz e se morde de ciúme toda vez que lembra que agora ela é de outro. Tem vontade de matá-lo só de imaginar a boca dele roçando os lábios dela.
E então, sozinho e em silêncio, ele senta-se a frente de uma janela clara, e todos os dias à noite procura vestígios... daquela mulher.
Adriane Assis
Nenhum comentário:
Postar um comentário