Pela manhã acordo com o barulho do despertador....Levanto-me...sempre com o pé direito. Ando pelo corredor até o banheiro...silêncio...estão todos dormindo. Ligo o chuveiro após me despir. A água quente cai sobre meu corpo...Puxo a toalha e me seco.
tic-tac, tic-tac...já no ônibus um lindo desconhecido senta ao meu lado. Um cheiro de canela no ar...aquele barulho de quem mastiga uma bala.
Sinto que ele me olha...abre a mochila, pega um livro de capa dura vermelha e fixa o olhar naquela grossa e encardida página de número 63...
De repente ele pára como quem vai fazer uma pergunta, volta a leitura do livro e retorna o olhar para meu braço esquerdo...pergunta que horas são.
!07:15!
Não posso me atrasar, mas desejo que as horas passem lentamente para continuar observando os movimentos daquele lindo estranho...
E ao olhar para baixo...Ops! noto que a meia dele está furada...Um sentimento de aversão toma conta de mim...não consigo imaginar que o Romeu virou um sapo.
Então me levanto. Ainda bem que chegou a hora de descer. Peço licença. O ônibus pára. Desço os dois degraus galopando em destino ao passeio...e sigo.
Amanhã é outro dia e existem milhões de lindos desconhecidos sem a meia furada para reparar...
Adriane Assis
**Este texto foi criado e postado por mim em um outro blog do qual eu fazia parte.
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